A primeira edição do Salão Imobiliário de Portugal em Londres (Portugal Property Show) que a Câmara de Comércio de Portugal no Reino Unido organizou no passado fim-de-semana, numa parceria estratégica com a Associação Industrial Portuguesa (AIP) via Salão Imobiliário de Portugal (SIL), mais do que uma oportunidade para quem se apresentou a vender foi uma rara e boa oportunidade para quem procurou comprar e comprou.
Não sei se os números de negócios projetados, a ultrapassar os 6.500 milhões de euros, foram superados mas sei que a intenção de Christina Hippisley, diretora da Câmara de Comércio de Portugal no Reino Unido, em fazer deste salão uma mostra significativa do muito e muito bom que o imobiliário português tem para oferecer a quem quer investir em Portugal, com toda a segurança, foi plenamente alcançada.
O imobiliário português apresentou-se em Londres como uma alternativa consistente para investidores interessados em canalizar investimentos anteriormente aplicados em produtos financeiros menos seguros e voláteis (que agora procuram a segurança de negócios mais sustentáveis e rentáveis a médio e a longo prazo) e não em saldos injustificáveis de fim de estação, como algum sensacionalismo mediático às vezes parece fazer crer.
O Turismo Residencial, uma das estratégias para a recuperação económica de Portugal, mostrou- se numa das capitais do Mundo (que é também a capital de um Reino cuja população elege o nosso país como um dos destinos de férias e de segunda habitação mais procurados), o Turismo Residencial português mostrou-se em Londres como realmente é, oferecendo-se, não em saldo, repito, mas como uma oportunidade única face à atual conjuntura europeia.
Com o patrocínio da Caixa Geral de Depósitos e do Banco Espírito Santo, e com o apoio institucional do Turismo de Portugal, este Salão de Londres foi uma verdadeira âncora da Conferência Anual do Imobiliário do Reino Unido que, este ano, projetou o imobiliário português como estando no momento certo para ser alvo de uma procura inteligente. Há anos – registe-se – que os ingleses compram segunda habitação em Portugal, em números que chegaram a ultrapassar os cinco mil imóveis num ano.
Esta procura que sentiu uma quebra após a crise financeira de 2008, como era de esperar, está a regressar sendo claramente visível pelos números das pesquisas de interessados registadas nos sites de busca de bens imobiliários mais populares no Reino Unido. O destino Portugal regressa às primeiras preferências, por oferecer qualidade e segurança a quem investe.
Há ainda arestas a limar neste quadro da promoção do nosso imobiliário, uma oferta que não perde qualidade mesmo quando destinada a públicos mais massificados. Refiro-me à tradicional gula fiscal sobre o património construído, gula que penaliza os portugueses que já são proprietários de imóveis e a procura interna mas, principalmente, pode afastar muito investidor que olha para Portugal como um bom destino.
Queixas fiscais à parte, o caminho, nesta área, passa por iniciativas como a do Salão Imobiliário de Portugal em Londres a merecer nota muito positiva.
Luís Lima
Presidenta da APEMIP e da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.pt
Publicado no dia 21 de Junho de 2013 no Jornal Sol