Com uma clara retoma que assenta na Reabilitação Urbana, no Mercado do Arrendamento Urbano e nas pontes que estes fazem para o Turismo Residencial, o imobiliário português está de novo a valorizar-se e não apenas nas avaliações bancárias dos imóveis cujas transações passam pelo financiamento.
O nosso sector imobiliário, que soube resistir à tentação especulativa e afastou os piores perigos das chamadas bolhas imobiliárias, volta a ser um motor de crescimento e de desenvolvimento da Economia, oferecendo-se, com evidência, como um refúgio seguro para grandes investidores e para pequenos aforradores, num quadro de sustentabilidade.
A requalificação das cidades com a reabilitação dos edifícios é uma das vias para a dinamização da economia, para o crescimento do PIB e para a diminuição do desemprego. Estes projetos contribuem para um modelo de desenvolvimento sustentável e também para o repovoamento dos centros das cidades com consequências muito positivas para as populações.
Acresce que o presente ciclo de apoios comunitários, para vigorar até 2020, o chamado Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), contempla uma atenção nova para as cidades na área da Reabilitação Urbana. Portugal que nunca teve muitas desculpas para descurar esta obrigação ética da recuperação e da reabilitação do património construído está finalmente a apanhar este comboio, também em nome de soluções mais sustentáveis no plano energético.
Muitos espaços urbanos portugueses sofreram processos de desertificação que afastaram as pessoas dos centros, gerando, na periferia das grandes cidades, outras centralidades, algumas das quais se impuseram como cidades novas, também dignas desse nome, resistindo à tentação do mau urbanismo. O imobiliário destas localizações também está a valorizar.
É bom recordar que os preços do imobiliário português dos últimos vinte anos refletiram quase só o valor da inflação ao contrário do que aconteceu noutras latitudes, em alguns casos com subidas especulativas que ultrapassaram, às vezes até muito, a percentagem dos cem por cento. Não há, há muito, registo de qualquer bolha imobiliária em Portugal como o recente aumento das avaliações bancárias o comprova.
As dificuldades da procura, mesmo em zonas periféricas tradicionalmente mais acessíveis, em aproximar-se da oferta existente, residia, na maior parte dos casos, nas dificuldades de acesso ao crédito, uma realidade que entretanto começou a ser superada com a banca de novo interessada nesta área de negócios e não apenas para o escoamento dos activos imobiliários que ainda possua.
De novo, repito, vocacionado para ser um dos pilares do nosso crescimento econômico, o imobiliário português está a renovar as nossas cidades, querendo apostar em força na Reabilitação Urbana de forma o oferecer produto adequado á crescente procura que se verifica nessas localizações por parte dos mais jovens, sem descurar outras centralidades que paulatinamente voltam a ser opção séria e valorizada.
Luís Lima
Presidente da CIMLOP
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Publicado no dia 6 de Fevereiro de 2016 no Sol