Uma das mais importantes exposições de fotografia do Mundo, a World Press Photo, na edição de 2015, está patente em mais de 100 cidades de 45 países, sendo que as duas únicas cidades portuguesas onde se encontra são as de Lisboa e da Maia. Esta exposição, patente até 13 de dezembro no Fórum da Maia, resulta de um concurso anual de fotojornalismo onde figuram documentos como a fotografia do cartaz da exposição, obtida ao largo da costa da Líbia pelo italiano Massimo Sestini, um barco de refugiados resgatado na operação de salvamento Mare Nostrum.
Cito esta iniciativa dos serviços culturais da Câmara da Maia para salientar que este município fica muito bem na fotografia mas não exclusivamente no acolhimento de exposições de renome mundial como a citada e a ombrear com A Câmara Municipal de Lisboa. A Maia, tal como a capital portuguesa, também quer ser destino seguro e procurado pelos investidores estrangeiros que apostam no imobiliário português. Quer e tem condições para isso, desde logo pela aposta na qualidade que sempre tentou marcar nas políticas de construção e de habitação municipais.
Isto mesmo foi salientado há dias numa cerimónia de assinatura de um protocolo entre a Associação de Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) e a Câmara da Maia, uma parceria que facilitará a identificação das melhores ofertas existentes no concelho para satisfazer quem procura investir seriamente no imobiliário. Assinado por mim, em nome da APEMIP, e pelo Presidente da Câmara da Maia, Eng. Bragança Fernandes, este protocolo é também uma “descentralização” do empenho nacional em cativar investimento estrangeiro que não exclusivamente para Lisboa, para o Porto ou para o Algarve.
Não há nenhuma sombra de pecado em aproveitar esta onda de interesse por Portugal pois a única sombra – garantem-me e eu acredito que assim seja – é a sombra da estátua que o escultor Lima de Carvalho criou para honrar o Lidador, o cavaleiro de D. Afonso Henriques Gonçalo Mendes da Maia, sombra desenhada a negro no chão da emblemática Praça do Município, na cidade da Maia, onde aquele guerreiro está montado no seu garrano, uma das mais antigas raças de equídeos, bem do Norte de Portugal, um cavalo baixo mas forte, pronto para guerras e trabalhos.
É que nas Terras da Maia não existe apenas património construído, a carecer ou não de reconstrução, como principal atractivo para quem quer vir investir em Portugal. Também há História e património histórico, hoje uma das matrizes do sucesso desta inequívoca capacidade portuguesa de atrair os investidores que crescentemente estão a deixar-se deslumbrar por um Portugal autêntico que sabe receber, que sabe acolher e que aceita, sem servilismos, aqueles que aceitam as regras dos investimentos que respeitam o lugar onde são efectuados.
Esta é aliás uma das condições para que o imobiliário português volte a ser uma alavanca da nossa recuperação, uma recuperação que se quer sustentável para poder ser irreversível. E esta é aliás uma das tónicas do esforço que é pedido quando apostamos, no sector, em fomentar o encontro da oferta com a procura. Como está a acontecer também na Maia.
Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com
Publicado no dia 30 de Novembro de 2015 no Jornal i