Apesar de correr o risco de fazer com que esta minha opinião possa entrar para um índex de recortes de jornais como o que Martin Schulz, presidente do Parlamento Europeu, compila para marcar as diplomacias que, na opinião dele, visam o declínio, a verdade é que, na hora da publicação deste texto já terei regressado de Maputo onde participei na Tektónica, uma feira do imobiliário e da construção de Moçambique, e onde presidi a uma reunião da Confederação do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa (CIMLOP).

Nós, para desgosto de Schulz, não deixamos de ser europeus pelo facto de mantermos laços culturais e, eventualmente também económicos, com países de outros continentes que também falam Português, como é o caso de Angola, do Brasil, de Cabo Verde, da Guiné, de Moçambique, de S.Tomé e Príncipe e de Timor-Leste. Tal como a compatriota de Schulz, a chanceler alemã Ângela Merkel, não deixou de ser europeia, nem quererá arrastar a Alemanha para o declínio, por ter visitado Luanda há menos de meio ano, com uma comitiva de mais de cem pessoas e para assinar acordos de cooperação bilaterais.

Em Moçambique, doa ou não doa a Schultz, estivemos, no âmbito da CIMLOP, a consolidar o espaço da lusofonia como uma verdadeira Pátria de Negócios em Português, equacionando a entrada de novas organizações associadas, nomeadamente de São Tomé e Príncipe e da Guiné Bissau, numa vocação diplomática que nos torna mais portugueses e mais europeus, sem tentações neo-coloniais como, de forma imprópria, Martin Schulz insinuou ao comentar uma visita do Primeiro-Ministro português a Luanda.

Luís Lima

Presidente da APEMIP

luis.lima@apemip.pt

Publicado no dia 18 de Fevereiro de 2012 no Expresso

Translate »