Nos últimos anos, Cabo Verde tem vindo a consolidar-se como um destino de férias privilegiado, cobiçado por cidadãos de vários países que procuram a calma, as praias paradisíacas e o clima ameno, numa conjugação perfeita com a proximidade aos países da Europa.
A morabeza, palavra crioula que exprime o espírito cabo-verdiano numa filosofia muito própria que tem na forma de receber uma das suas principais características, é uma das principais particularidades daquele País, que apostou no Turismo como um dos setores-chave do desenvolvimento económico, investindo na construção e renovação de infraestruturas portuárias e aeroportuárias, bem como nas de acolhimento turístico, criando, simultaneamente, condições para a captação de investimento estrangeiro para este sector.
De acordo com o TheMoveChannel.com, o principal site independente de imobiliário internacional, só em Outubro deste ano, Cabo Verde subiu 14 posições no ranking dos países que mais capacidade têm para receber investimento estrangeiro, surgindo em 9ª posição numa lista que em que Estados Unidos da América, Espanha e Portugal ocupam o pódio.
Portugal saltou também recentemente para os lugares cimeiros desta lista, um salto motivado pela retoma do sector imobiliário português, que se verifica desde o final de 2013, motivada pela criação dos programas de captação de investimento como o Regime Fiscal para Residentes Não Habituais e o Programa de Autorização de Residência para Atividades de Investimento (Vistos Gold). A par destes programas, também o casamento perfeito que se tem verificado entre o sector imobiliário e o Turismo Residencial são um dos principais combustíveis para o arranque de um sector que tanta importância tem para a Economia nacional.
O Turismo passou então a ser um atrativo para os investidores imobiliários estrangeiros, que acabam também pro apostar na reabilitação urbana, em pequenos hotéis e hosteis, em habitação própria ou em ativos para colocação no mercado de arrendamento urbano, criando um efeito multiplicador na nossa Economia.
É sobre esta experiência e sobre as causas que explicam o recente sucesso de Portugal no domínio do imobiliário turístico que fui convidado a participar como orador no VII Encontro Internacional de Turismo de Cabo Verde (VII EITU), promovido pela Câmara de Turismo de Cabo Verde, em parceria com o Governo cabo-verdiano e com a Associação Nacional de Municípios, que decorreu de 4 a 7 de dezembro, na cidade da Praia.
Esta, foi uma oportunidade para cruzar opiniões e perspetivas sobre a importância do sector do Turismo na economia dos países, bem como o impacto deste noutros sectores, como é o do imobiliário que beneficia da ligação entre ambos, e vice-versa.
Luis Lima
Presidente da APEMIP
luislima@apemip.pt
Publicado no dia 10 de Dezembro de 2016 no Jornal Sol