Uma das mais esperançosas notícias dos últimos tempos foi anteontem tornada pública e refere que a economia portuguesa cresceu 0,3 por cento no segundo trimestre deste ano, face aos primeiros três meses de 2009.
Números do Instituto Nacional de Estatística (INE) que também referem uma variação negativa do produto interno bruto face ao mesmo período do ano passado, embora com uma quebra menos acentuada do que a quebra homóloga do primeiro trimestre.
Este comportamento deve-se a uma redução das exportações de bens e de serviços, bem como do investimento, embora a quebra tenha sido menos acentuada, assinala o instituto, no caso das despesas de consumo final das famílias, o que também é positivo.
Mas a notícia mais esperançosa é esta da recuperação da taxa de evolução em cadeia (face ao trimestre precedente) com um crescimento de 0,3% ao fim de três trimestres consecutivos com evoluções negativas.
Ainda de acordo com os dados do INE, o produto interno bruto (PIB) português cresceu 1,4 por cento em 2006, 1,9 por cento em 2007 e estagnou (0,0 por cento) em 2008. Estes novos dados são tanto mais esperançosos quanto em sintonia com as economias alemã e francesa que também voltaram a crescer.
O produto interno bruto (PIB) da Alemanha também cresceu 0,3 por cento no segundo trimestre deste ano, registo que, felizmente, contraria as expectativas dos analistas, que estavam receosos da manutenção da contracção.
Este regresso ao terreno positivo – que também nos interessa pois a Alemanha é um dos motores da Europa – é visto como fruto dos apoios públicos que o Governo está a conceder a várias áreas e do incremento das exportações alemãs.
Também a economia francesa – outro dos motores europeus – está a recuperar. O PIB francês cresceu 0,3 por cento no segundo trimestre do ano, apesar de anunciadas previsões anteriores muito pessimistas.
Esta realidade e as perspectivas que ela volta a apontar à Europa vai estar, seguramente, subjacente nas principais intervenções dos oradores do Seminário Nacional da Mediação que a APEMIP vai organizar no próximo dia 21 em Lagoa, no Algarve.
Esta nossa “rentrée”, subordinada ao tema “Novos Paradigmas e Internacionalização do Imobiliário Português”, vai ser, assim o espero, um acontecimento marcante que conta com especialistas portugueses e estrangeiros nas áreas do imobiliário, da construção e do turismo.
E vai acontecer – tudo o indica – no exacto momento em que o avião da nossa economia, em rota de aterragem de emergência parece receber ordem para borregar, o que, no caso, é voltar a sulcar os ares em boa e segura velocidade de cruzeiro.
Luís Carvalho Lima
Presidente da Direcção Nacional da APEMIP
Publicado dia 15 de Julho de 2009 no Jornal de Notícias