O mercado imobiliário português, que é um dos mais seguros e transparentes da Europa e um dos que melhor resistiu à crise do subprime, assumindo-se até, em alguns casos e nos momentos mais críticos desta crise, como alternativa de investimento, carece, no plano internacional, de uma visibilidade que lhe traria automaticamente este reconhecimento.
Esta foi, aliás, uma das conclusões do debate sobre a sustentabilidade dos mercados imobiliários que a Federação Internacional do Imobiliário (FIABCI) e a Comissão Económica das Nações Unidas para a Europa recentemente organizaram em Lisboa, com o apoio da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) .
Quando o conhecimento sobre a realidade portuguesa do sector é mais aprofundado, a surpresa, pela positiva, é generalizada e o mercado imobiliário português ganha, no imediato, uma outra dimensão, sendo muito competitivo como mercado de atracção de investimento estrangeiro, com todas as consequências inerentes.
Uma das nossas lacunas mais sentidas, é, precisamente, a que resulta de uma certa incapacidade em saber promover o que temos de bom, na hora, no local e da forma mais acertada, incapacidade que é um verdadeiro handicap negativo, gerado pela pouca atenção e pela escassez de meios que atribuímos à nossa própria promoção.
Uma internacionalização eficaz da nossa Economia exige que se desenvolvam, no estrangeiro, acções constantes de promoção da imagem do nosso país, tendo em vista potenciar a exportação e a captação de investimento externo. Estas acções não podem ser vistas como supérfluas, pois são realmente um investimento com retorno.
A Associação de Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), associação que é um dos pilares da Confederação do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa (CIMLOP), desenvolve uma acção constante nesse sentido, em feiras e fóruns internacionais e na promoção, no nosso país, de iniciativas que nos projectem no estrangeiro.
Acreditamos que há sectores da Economia portuguesa, entre os quais o da Construção e do Imobiliário, que podem contribuir mais e melhor, para fazer aumentar as exportações ou para captar investimento estrangeiro, dois aspectos fundamentais para a nossa própria recuperação. Não descuramos esta missão, mas sentimos a falta de apoios efectivos à sua concretização.
Luís Lima
Publicado dia 9 de Janeiro de 2011 no Público Imobiliário