Li, há dias, num trabalho académico sobre call centers e outsourcings, que pensar em 5% da população indiana que fale um inglês irrepreensível, é pensar em mais de 50 milhões de pessoas, ou seja, praticamente a população total do Reino Unido. Se a China, esse país onde co-existem dois sistemas económicos, contar 2% da população entre gente de elementos elevados e com capacidade para fazer turismo em qualquer parte do Mundo, exportará 20 milhões de turistas da classe média alta.

Saber olhar a imensidão dos mercados a descobrir, na globalidade em que nos movemos e neste Mundo com “m” de mercados onde queremos salvar a civilização que formos construindo, num paradigma de democracia politica, na sequencia da II Guerra Mundial, é uma arte indispensável a quem aposta na internacionalização da respectiva Economia. E no exemplo da China – que para o caso será o que mais nos interessa – o número de chineses naquelas condições é superior a 20% da população, que já ultrapassa os 1.200 milhões de habitantes.

Por outras palavras, há mais chineses com capacidade para dar a volta ao Mundo, a passear num turismo seleccionado, do que portugueses, contando com todos aqueles que possuem nacionalidade portuguesa e que rondarão, em território nacional e no estrangeiro, o número redondo de 15 milhões de almas – só nos Estados Unidos viverão cerca de um milhão de portugueses e luso-descendentes e em França os valores não andarão muito longes destes.

Na gestão empresarial a capacidade de olhar com rigor e olhos de ver, para a imensidão dos mercados a descobrir, é fundamental. Captar uma pequena fatia daquele bolo turístico, com uma oferta irrepreensível de turismo residencial, é captar a entrada de divisas e, potencialmente, captar também investimento estrangeiro tão necessário às economias globalizadas, principalmente em momentos como o actual, em que o fluxo de capital disponível para fazer rolar a máquina da Economia é escasso.

A arte de descobrir mercados emergentes  e as respectivas  potencialidades, é também fundamental em momentos como os que estamos a atravessar. Mas para levarmos a bom porto este desafio, não podemos ficar em casa – como numa conhecida canção de apoio a uma claque de um clube grande do futebol -, antes, temos de nos dar a conhecer além fronteiras e de mostrar aquilo em que realmente somos bons, a bem receber.

É isto que a Associação de Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), estrutura empresarial a que presido, também tem vindo a promover em muitas paragens do Mundo. Deste Mundo com “M” de mercados.

Luís Carvalho Lima
Presidente da APEMIP

Publicado dia 4 de Fevereiro de 2010 no Sol

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