“Renovar a confiança, estimular a procura e encorajar o investimento”, eis como John Maltbym, um dos diretores do Lloyds sintetiza a intenção do Governo Britânico de apadrinhar uma injeção de 24 mil milhões de euros na Economia britânica, dinheiro destinado a ser posto à disposição, em condições favoráveis, das pequenas e médias empresas.

Os juros serão os mesmos das obrigações emitidas pelo Tesouro, ou seja 1,2% a cinco anos, e este “milagre” terá sido alcançado graças à credibilidade conseguida com o plano de redução do défice, a fazer fé nas próprias palavras do ministro das Finanças de Londres, George Osborne. Analistas reconhecidos dizem que soluções desta natureza podem contribuir para que Londres evite uma recessão em 2012.

Este plano denominado Sistema de Garantia Nacional de Empréstimos, cuja primeira fatia já realizada é de 6 mil milhões de euros, contou com a participação da maioria dos grandes bancos da Grã Bretanha, com uma única exceção que, no entanto, poderá vir a integrar outras fases desta mega linha de crédito para as PME’s britânicas.

Nós, por cá, orgulhamo-nos muito do esforço que temos vindo a realizar no sentido de baixar o défice das nossas contas públicas, em provas duras que têm sido superadas. Mas o nosso sacrifício coletivo não está a ser compensado da mesma forma, ou seja, não parece estar a ser doseado com compensações minimamente atrativas para que aceitemos melhor este aperto.

Uma Economia cansada precisa de algum açúcar.

Luís Lima

Presidente da APEMIP

luis.lima@apemip.pt

 

Publicado no dia 28 de março de 2012 no Diário Económico

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