Em Outubro do ano passado, neste mesmo espaço e em pleno Salão Imobiliário de Portugal (SIL), confessava as dúvidas do sector imobiliário português, sobre o qual já pairava o espetro dos brutais aumentos dos impostos que ameaçam o património, relativamente à possibilidade de podermos reerguer, no corrente ano, uma nova edição do SIL com a dimensão e o impacto que este evento requer.

Estava, então, longe de saber que iria, este ano, substituir o Dr. Paulo Sousa, da Caixa Geral dos Depósitos (CGD), na presidência da Comissão Organizadora do SIL, embora defendêssemos com o mesmo grau de intensidade que Portugal precisava, como ainda precisa, que o sector imobiliário contribua para a urgente recuperação económica do país, missão que se projeta melhor num encontro como o que um grande salão imobiliário proporciona.

Lembro-me perfeitamente de ter revelado que durante essa semana da última edição do SIL encontrei, em Lisboa, alguns amigos que não me sabiam na capital e que, com a familiaridade própria dos amigos, queriam saber das razões da minha presença na cidade, encontros circunstanciais onde referi sempre a minha habitual participação neste fórum anual do sector mas também a dúvida, então muito forte, da continuidade do salão.

Se o rumo para o sector imobiliário continuasse a ser o que perigosamente se desenhava em 2012 (numa tendência que não está totalmente afastada mas que pode ainda ser evitada) então, alertava eu, não sobraria ninguém para erguer o SIL2013 que, com muito esforço de muita gente da AIP e dos parceiros da AIP, bem como com o patrocínio da CGD e a presença âncora da Câmara Municipal de Lisboa, está felizmente já em marcha.

Tinha, há um ano, a esperança de poder sensibilizar aqueles cujas decisões contam verdadeiramente para o sector no sentido de os convencer a optar por soluções para o imobiliário que claramente o coloquem como motor para a captação de investimentos que apenas aguardam destinos seguros para as respetivas aplicações. Esta perspetiva não se perdeu irremediavelmente mas ainda falta muito para se concretizar.

Há um ano, no SIL, conseguiu-se evitar, ou pelo menos adiar, que a gula sobre o património, com particular relevo para o caso do Imposto Municipal de Imóveis (IMI), que em 2012 marcou fortemente a agenda mediática do salão,  pudesse inviabilizar o papel do imobiliário português no relançamento da nossa Economia. 

O prestigiado Salão Imobiliário de Portugal (SIL) resiste e volta, felizmente, este ano. Com a certeza de que a sua continuidade, nos próximos anos, implica que o sector readquira outro ritmo e outra valorização, seguramente com novos paradigmas, para bem de todos nós, de todos aqueles que dependem do relançamento do crescimento sustentado da nossa Economia.

Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa

Publicado no dia 31 de Julho de 2013 no Público

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