O associativismo empresarial, atividade que decorre da liberdade de associação que faz parte do ADN das democracias e dos estados de direito, não pode, mesmo evocando a liberdade de associação, apresentar-se sem transparência como algo que sirva ou pareça servir para fins poucos claros e ilegítimos.

A defesa dos interesses das empresas que se associam é absolutamente legítima mas deve ser sempre conciliada com os interesses da Economia Portuguesa e , por inerência, da população residente, em todos os sectores, incluindo o importante sector imobiliário.

Neste sector em particular o que tem sido a marca do associativismo empresarial inclui a defesa do nosso imobiliário, num esforço para evitar a desvalorização artificial e forçada do património construído, a par da promoção do imobiliário português como bom destino para investimentos e poupanças.

Só por esta linha transparente de atuação será possível devolver ao sector imobiliário o papel que este deve desempenhar na recuperação do país, apostando como é consensual em alguns projetos nacionais emblemáticos de que a Reabilitação Urbana será a joia da coroa.

O associativismo empresarial deve assim e com toda a transparência dar força ao esforço de recuperação da nossa Economia, renunciando a velhos pecados corporativos empresariais que só olhavam para o deve e o haver imediatos, às vezes até contra o próprio público consumidor.

Isto implica, basicamente, ações de sensibilização junto do Público e dos Poderes Públicos em prol da defesa dos interesses das empresas associadas mas sempre em conjugação vital com os interesses da Economia e do Publico Consumidor e nunca imitando os piores exemplos de atuação na esfera do interesse público.

A confiança nos nossos mercados, que deve ser transmitida interna e externamente como factor fundamental para a recuperação, não se constrói com práticas obscuras, de interesses pouco claros, insinuando-se que as pessoas que atuam na esfera do interesse público são pouco sérias

Num quadro generalizado de declínio da participação na vida colectiva, incluindo no associativismo empresarial, importar para esta área um estilo de debate que passa pela promoção das insinuações, das calúnias é atentar não apenas contras as empresas mas contra o próprio interesse nacional.

Na hora em que me renovaram a confiança para mais um mandato ao lema de uma associação empresarial reafirmo o meu empenho na defesa dos interesses do sector que represento em conjugação com os interesse mais altos da Economia do país

Acredito que o associativismo empresarial deve repensar-se permanentemente, avaliando, com toda a transparência,  as condições da sua própria sobrevivência e do papel que deve desempenhar em nome das empresas que representa e também das populações que essas empresas servem.

As nossas propostas e a nossa ação clara tem de estar em sintonia com um modelo de desenvolvimento sustentável que assente, por exemplo, no repovoamento e na reabilitação dos centros das cidades mas também na oferta de um imobiliário turístico de qualidade irrepreensível.

Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com

 

Publicado no dia 25 de Novembro de 2013 no Jornal i

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