A cidade do Porto é um dos destinos europeus mais procurados para o Turismo, tornando-se um ponto de passagem e de paragem obrigatório para quem vem conhecer o nosso País, o que acaba por ter reflexo direto na procura imobiliária na cidade, que tem registado números crescentes.

Esta procura, incentivou e influenciou muito a Reabilitação Urbana de imóveis, muitos deles centenários, que aos poucos ganharam uma nova vida no meio do cinzento degradado que vinha a caracterizar a baixa da cidade Invicta nos últimos anos, antes da retoma do mercado imobiliário. Desde aí, que foram levados a cabo projetos interessantíssimos, que reorganizaram estrategicamente a cidade e o sector, promovendo o aparecimento de novos negócios, a geração de emprego e que devolveram à cidade a movida, a juventude e a cor.

Lia na passada semana um artigo de opinião do Presidente cessante da Porto Vivo – Sociedade de Reabilitação Urbana, Álvaro Santos, que citava um estudo relativo ao período entre 2005 e 2016, apurando-se que o volume total de investimento privado aplicado em intervenções na chamada Área Critica de Recuperação e Reconversão Urbanística superava os 1,9 mil milhões de euros.

Por sua vez, o Estado investiu 66 milhões de euros, arrecadando 77 milhões de euros em IVA. Contas feitas, por cada euro investido pelo Estado, os privados investiram 29 euros.

E aqui, refere-se apenas o investimento direto feito no mercado de reabilitação urbana. Mas para além desse, há também que realçar o efeito multiplicador que cada euro investido tem sobre a nossa economia. Um euro aplicado no nosso imobiliário, é rapidamente multiplicado por 4 ou 5. Quem investe num ativo em Portugal, acaba também por investir noutras áreas, sejam elas a saúde, a hotelaria, o turismo, a restauração, o mobiliário, ou tantas outras.

Números, que contrariam bem vozes que ainda insistem em levantar-se para dizer que o imobiliário não trás retorno ao País.

Há muito que tenho vindo a referir que, a grande maioria das obras de reabilitação urbana que estão a ser levadas a cabo nos centros das cidades portuguesas, são feitas por privados. Não descurando o investimento público, que é tão importante quanto necessário, são os privados que têm incentivado à recuperação do nosso património construído e, por sua vez, à dinamização do mercado imobiliário, e por sua vez, 

Grande parte do investimento feito, visou obras com vista à existência de uma rentabilidade esperada pela via do boom turístico que se verifica na cidade, registando-se também procura por parte de quem quer viver no centro.

O Porto está agora no centro das atenções, sucedendo e a Lisboa onde a oferta começa a diminuir. Mas há outras localizações, a Norte e a Sul, que esperam idêntica procura, e a tendência é de que esta descentralização do investimento chegue dentro em breve.

O Portugal imobiliário, com vocação turística, está ainda longe de se esgotar e há muitas cidades que apenas aguardam uma maior divulgação para se transformarem em atrações irresistíveis para quem sabe o que é bom para investir.

E o efeito multiplicador se estenderá por todo o País.

Luís Lima
Presidente da APEMIP
luislima@apemip.pt

Publicado no dia 5 de Abril de 2017 no Público

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