Uma boa muamba não pode esperar para ser servida. Exige pica no chão, também dito frango do campo, fuba (farinha) de mandioca, gindungo, dendéns, abóbora. Bem, cada muamba terá o seu segredo, mas uma boa muamba não pode esperar e deve ser servida quentinha, bem quentinha, de preferência acompanhada com funge, que é fuba de mandioca cozida em água até que a farinha fica consistente e com uma coloração mais escura.

Escrevo isto com a antecedência dos escritos para um semanário como o Sol, convencido que este artigo será publicado durante a minha estadia em Luanda, onde vou estar à frente de uma delegação da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), a marcar presença no Salão Imobiliário de Angola (SIMA), nomeadamente na hora de assinar a acta de constituição Confederação do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa (CIMLOP).

E tal como uma boa muamba de galinha não pode esperar para ser servida, como lembro, fazendo crescer a água na boca em quem tem a memória das boas muambas de galinha, também não podemos esperar muito mais tempo para deixarmos que o Sol entre pelas janelas de oportunidade que se abrem com a criação da CIMLOP, no triângulo chave de toda a lusofonia que é aquele que se desenha com vértices em Angola, no Brasil e em Portugal.

E o desejado crescimento / desenvolvimento que se pretende, quando tentamos alargar a pátria dos negócios aos territórios, onde em Português nos entendemos, esse desejado desenvolvimento, preferencialmente sustentado, também não pode esperar na urgência e na emergência desta globalidade lusófona que encontra em Luanda um acolhimento, seguramente caloroso e bem visível no frenesim com que esta bela cidade e o país se reconstroem como capital e como potência emergente em África.

Neste ano de 2010, ano em que se celebra o cinquentenário de muitas independências africanas, incluindo neste rol, o início de lutas armadas pelas independências de territórios cujas potências colonizadoras tardaram em reconhecer a inevitabilidade e justiça deste processo histórico, o nascimento da CIMLOP não podia ser mais oportuno nem mais anunciador de uma cooperação alargada, num quadro genuíno de relacionamento entre países e nações que se respeitam e se entendem, pela língua, no mesmo pé de igualdade.
 
A paz, a cooperação, o respeito mútuo, a capacidade de se viver juntos, seja em Angola, seja no Brasil, seja em Portugal, sejam em todos os demais países da fala portuguesa, são como a muamba de galinha, isto é, não podem esperar mais.

Luís Carvalho Lima
Presidente da Direcção Nacional da APEMIP

Publicado dia 7 de Maio de 2010 no Sol

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