Tem para mim um significado muito especial que a minha primeira deslocação em 2016 como presidente da Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa (CIMLOP), mas também como presidente reincidente do Conselho Estratégico do Salão Imobiliário de Portugal (SIL2016), seja para assistir em São Paulo, no Brasil, à cerimónia solene de posse da diretoria do Secovi-SP eleita para o biénio 2016-2018 presidida por Flávio Amary.
O meu amigo Flávio Amary, um dos dirigentes mais interventivos da CIMLOP, faz parte de uma elite de dirigentes do SECOVI que tem marcado o mundo empresarial do Brasil, em especial de São Paulo, e que conta nomes como os de Romeu Chap Chap, João Crestana, Claúdio Bernardes, todos eles aliás nomes de referência do SECOVI e , felizmente para mim, também da CIMLOP.
O SECOVI-SP é a maior associação empresarial do sector imobiliário da América Latina. É o legítimo representante de 40 mil empresas do sector imobiliário no Estado de São Paulo, empresas que, no seu todo, servem mais de 5 milhões de pessoas, empregando cerca de 130 mil trabalhadores. O sector da construção do Brasil responde por mais de 20% do PIB nacional e gera 9 milhões de empregos directos e indirectos.
No momento presente em que Flávio Amary assume a presidência da directoria do SECOVI , o sector como o próprio Flávio Amary reconhece “enfrenta um dos piores momentos de sua história, em razão da desaceleração da economia, reflexo directo das crises política e de confiança que assolam o País”. É um desafio enorme para o qual desejo os melhores resultados, mesmo considerando que a crise no Brasil pode favorecer investimentos brasileiros em Portugal.
Lendo as declarações de Flávio Amary a alertar para a impossibilidade de se prever como e quando, no Brasil, haverá um ambiente mais estável e confiável, com mais admiração fica para com a coragem deste experiente, apesar de ainda jovem, dirigente empresarial, declaradamente empenhado em permitir que a indústria imobiliária retome condições de operar e, mais uma vez, ajudar o Brasil a superar suas dificuldades.
No Brasil, como em Portugal e em muitas outras Economias, o imobiliário pode e deve integrar as soluções que se procuram em qualquer país que quer crescer e quer que haja, em simultâneo, um desenvolvimento sustentável. Não é menos nobre que a dos políticos a missão de um dirigente associativo empresarial empenhado em transformar o sector a que pertence num dos pilares da sociedade em que vive.
No Brasil, para a posse da nova directoria do SECOVI, não deixo de estar empenhado na promoção da internacionalização do sector imobiliário. O sector português estará a viver um momento mais propício a que essa promoção internacional tenha resultados e capte investimento estrangeiro sempre muito apetecível, mas desejo – e sei que isso é possível – que o sector do Brasil também reencontre os caminhos da sustentabilidade.
Espero bem que o mandato de Flávio Amary, que se inicia neste ano dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, os primeiros da América do Sul, seja um mandato verdadeiramente olímpico e que o trabalho, em rede, que desenvolvemos no âmbito dos mercados imobiliários dos países de língua oficial portuguesa, continue pelos caminhos do fortalecimento.
Luís Lima
Presidente da CIMLOP
presidente@cimlop.com
Publicado no dia 29 de Fevereiro de 2016 no Jornal i