Há dias, um jornalista pediu-me, entre outras respostas, uma breve análise SWOT ao sector do imobiliário em Portugal, “obrigando-me”, positivamente, a utilizar essa ferramenta de gestão que, apesar de existir há mais de meio século, continua a ser muito útil para analisar situações e cenários que ajudem a perspectivar o futuro.

A análise SWOT, acrónimo que resulta, como se sabe, da junção das iniciais das palavras inglesas Strengths (Forças), Weaknesses (Fraquezas), Opportunities (Oportunidades) e Threats (Ameaças) – em Português FOFA, colocando a palavra Oportunidades antes da palavra Fraquezas – é um instrumento eficaz para olharmos com olhos de ver o que analisamos.

Na conclusão do exercício – que foi uma entre várias respostas – dei por mim a olhar para o quadro esquemático que desenhei para a análise SWOT e verifiquei que as forças e as oportunidades do imobiliário português são realmente muitas e muito consistentes, quando comparadas às fraquezas e com os possíveis ataques, ambos relativamente fáceis de anular.

A qualidade da nossa construção, o facto do imobiliário português ter conseguido evitar a bolha imobiliária que atingiu outros mercados vizinhos e importantes, a dinâmica do Turismo Residencial a cruzar-se com a Reabilitação Urbana, em Lisboa e no Porto, mas também em cidades médias com história, são forças e oportunidades bem reais e bem visíveis entre nós.

Isto sem esquecer a nossa reconhecida tradição de acolhimento, a nossa também reconhecida amenidade a vários títulos, da amenidade política à amenidade social, ao próprio clima, ameno de Norte a Sul, e o que a nossa sociedade pode oferecer cultural e civilizacionalmente, incluindo em momentos mais tensos e difíceis da compreensão entre povos.

Forças e Oportunidades muito mais consistentes e sólidas do que as Fraquezas e os Ataques, um universo onde cabem as hesitações crónicas na fácil solução das burocracias e a tentação, a meu ver pouco inteligente de insistir em transformar o imobiliário numa fonte fiscal inesgotável que penaliza a posse em vez de apenas incidir e moderadamente, sobre rendimentos. 

Está pois nas nossas mãos.

Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com

Publicado no dia 23 de Novembro de 2015 no Diário Económico

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