Amanhã, dia 14 de Agosto, celebram-se 626 anos da Batalha de Aljubarrota, um confronto histórico entre portugueses e castelhanos que foi decisivo para a resolução de uma das mais importantes crises políticas e económicas da nossa História, conhecida como crise de 1383-1385, um interregno com guerra civil que viu nascer novos protagonistas, como a arraia-miúda e os homens dos ofícios, grupos emergentes determinantes para que uma também nova aristocracia se impusesse e viesse a lançar na saga dos descobrimentos, com todas as consequências económicas conhecidas.

Tenho a certeza que o presidente norte-americano Barack Obama sabe como é longa a experiência histórica de Portugal, comparativamente à experiência dos Estados Unidos da América que só se tornaram um país independente em 1776, mesmo quando diz, como disse no nervosismo da possibilidade dos EUA poderem não honrar compromissos financeiros assumidos, que a América não era nem Portugal nem a Grécia. Fraquezas de um presidente de um dos mais poderosos países do Mundo que, às vezes, esquece ou quer esquecer a História que supostamente deverá conhecer.

Pátria mais do que querida do liberalismo, que eu, em grande parte, também perfilho, os Estados Unidos da América conseguiram, in extremis, um acordo para aumentar o tecto para o endividamento do país, evitando o incumprimento de compromissos com terceiros, mas o próprio Presidente Obama, na hora de justificar aquele sobressalto interno, lembrou que a solução para a crise não passa, exclusivamente, por cortes na despesa, numa declaração que, mesmo considerando a intencionalidade eleitoral, é o reconhecimento de que há sempre mais vida para além do défice.

Lições que a História nos ensina.

Luís Lima
Presidente da APEMIP
luis.lima@apemip.pt

Publicado no dia 13 de Agosto de 2011 no Expresso

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